Óculos na infância - Quem precisa usar?

O sistema visual da criança amadurece durante os primeiros anos de vida e por isso os óculos podem ter papel fundamental para que o desenvolvimento da visão ocorra da melhor forma possível.

Existem sinais de suspeita de que a criança precisa de óculos?
Sim, devemos ficar atentos para alguns sinais. Os principais são apertar ou arregalar os olhos para ver melhor, desinteresse pela leitura ou falta de concentração, aproximar-se dos livros ou da televisão e aparecimento de estrabismo (desvio dos olhos). Pode haver também dificuldade para identificar objetos distantes, dor de cabeça aos esforços visuais e olhos constantemente vermelhos ou lacrimejando.

Qual o melhor momento para a indicação dos óculos?
Há crianças que precisam de óculos desde os primeiros meses de vida; outras no início da idade escolar. Algumas crianças iniciam o uso dos óculos na fase da alfabetização; outras só durante a adolescência. A prescrição de óculos tem como objetivo promover boa acuidade visual, prevenir e tratar estrabismo, assim como aliviar os sintomas relacionados à falta dos óculos.

Quais são as causas mais comuns?
Na criança existem três tipos de erros de refração (ou tipos de grau): hipermetropia, miopia e astigmatismo. O olho apresenta duas lentes: córnea e cristalino, que devem em conjunto focalizar a imagem na retina. A nitidez da imagem vai depender do poder de convergência da córnea e do cristalino, bem como do tamanho do olho. Quando um erro de refração está presente, a luz que entra pelo olho não forma uma imagem nítida na retina.

Hipermetropia
A maioria das crianças tem hipermetropia de baixo grau, que é considerada normal e diminui com o crescimento. Para manter boa visão para longe e principalmente para perto, a criança hipermétrope precisa manter o esforço de acomodação pela contração da musculatura ciliar para que os raios de luz incidam na retina.

Se esse esforço for exagerado, leva à sensação de peso nos olhos, ardor, dor de cabeça e lacrimejamento, sintomas que se manifestam principalmente à leitura de perto. Quando a acomodação não é suficiente para compensar um alto grau de hipermetropia, a visão fica comprometida. A criança que tem sintomas causados pela hipermetropia torna-se desinteressada por atividades que exijam percepção acurada como leitura e trabalhos manuais e após algum tempo em sala de aula, logo se distrai.

Miopia
A miopia, em geral, manifesta-se ao redor dos 7-8 anos de idade. Nessa fase, o crescimento da criança pode ser acompanhado do aumento do diâmetro do olho, fazendo com que a imagem incida em um ponto anterior ao plano da retina. O míope, ao contrário do hipermétrope, não dispõe de mecanismos para focalizar a imagem na retina, e para conseguir uma boa visão, aproxima-se do objeto de interesse. O esforço visual para interpretar as imagens e também o esforço muscular quando aperta os olhos para tentar ver melhor, levam a dor de cabeça e desinteresse por atividades que precisam de visão acurada para longe. Algumas crianças até passam a evitar brincadeiras ao ar livre.

Astigmatismo
O astigmatismo é determinado por curvaturas diferentes entre os dois meridianos principais da córnea ou do cristalino, fazendo com que os raios de luz, que passam por esses meridianos não incidam no mesmo ponto na retina. A imagem focada é distorcida porque quando as linhas verticais são vistas com clareza, as horizontais não são ou vice-versa. A criança com astigmatismo pode apresentar acuidade visual deficiente para perto e para longe nos graus altos. Ardor, olhos vermelhos e dor de cabeça são desencadeados por esforço visual nos astigmatismos moderados.

Adaptado de:
Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica www.sbop.com.br
American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus: www.aapos.org

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