O que é?
É a dificuldade de ver as cores de forma normal por não conseguir distinguir tons de verde e vermelho, principalmente. Geralmente, os dois olhos são comprometidos de forma simétrica e a nitidez da visão não é alterada. Os graus de acometimento são variáveis. A dificuldade em distinguir cores pode ser leve e se manifestar só em condições de má iluminação, ou pode ser acentuada e estar sempre presente. Em alguns casos, a criança não é capaz de ver a diferença entre sapatos marrons e pretos; outras crianças podem ter dificuldade em distinguir as luzes verde, amarela e vermelha do semáforo. Na forma mais grave de deficiência da visão de cores, todas as cores são percebidas como tons de cinza, mas essa é a forma mais rara.
Por que acontece?
A retina é a parte do olho sensível à luz e é lá que estão os receptores que detectam as cores. O cérebro recebe informação desses receptores e é assim que se dá a percepção de cores. A deficiência ocorre quando esses receptores não funcionam de forma adequada, ou mais raramente, estão ausentes.
Por que é mais frequente em meninos?
Um em cada 10 meninos tem algum grau de deficiência da visão de cores. Já em meninas, esse número cai para menos do que uma em cada 100. Essa diferença acontece porque o defeito genético está localizado no cromossomo X e isso significa que a forma mais frequente de transmissão é de mãe para filho.
Como diagnosticar?
A visão de cores é testada durante o exame oftalmológico. O teste para diagnóstico consiste na apresentação de imagens formadas por múltiplos pontos coloridos, onde é possível perceber padrões específicos se a visão de cores estiver preservada. Esses testes são realizados mostrando-se números para crianças maiores ou figuras infantis para crianças pequenas.
Há tratamento?
Não há tratamento para daltonismo e o quadro normalmente se mantém estável ao longo da vida. Lentes de contato e óculos especiais podem ser usados em alguns casos para tentar ajudar a distinguir algumas tonalidades de cores.
E na escola?
É importante que o sistema educacional e os pais compreendam bem tanto as necessidades especiais, como o que pode ser feito para ajudar no aprendizado das crianças com deficiência da visão de cores. Como a maioria delas vê algumas cores, geralmente elas não sabem que sua percepção das cores é muito diferente das outras pessoas. Para algumas crianças, vermelho, laranja, amarelo e verde representam simplesmente nomes diferentes da mesma cor. O mesmo pode acontecer para roxo, azul e violeta. Os pares de cores mais comumente confundidos são: rosa e cinza, laranja e vermelho, branco e verde, verde e marrom, verde e amarelo, bege e verde.
A criança com deficiência da visão de cores pode ter problemas na escola? Como os professores podem ajudar? Veja em A criança com deficiência da visão de cores na escola.
Adaptado de:
Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica www.sbop.com.br
American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus: www.aapos.org